Afaste-se, vá embora, fuja!

Afaste-se, vá embora, fuja!
(II Co. 6. 14-17; 7. 1; Is. 52. 11)

Quero compartilhar com vocês a fim de nos empenhar em entender este tema para nossas vidas, e para isso se faz necessário, afastar toda e qualquer hipótese de que não somos tentados a conviver com as coisas deste mundo, em detrimento às coisas de Deus.
O povo de Israel quando estavam caminhando para a terra prometida, houve por várias vezes a intervenção de Deus para com eles, de tal forma que consideramos estes fatos como verdadeiros milagres (Js. 3. 15-17).
Este tema tem haver com a santificação. De cara precisamos entender o que significa ser santo; “separado”, e esta separação se dá no sentido de: “me afastando das coisas do mundo me aproximo de Deus e faço aquilo que lhe agrada”. Não adianta afastar-se, ir embora, fugir das coisas desagradam a Deus, é preciso, além disto, se aproximar dEle para fazer a sua vontade.

Há muitas coisas de que devemos nos afastar, vejamos por exemplo:

• Amizade com incrédulos (afaste-se) Sl. 1. 1.
• Pornografia, pornofonia (fuja) Cl. 3. 8 “cuidado olhinho no que vê!”
• Ambientes impróprios (vá embora) II Co. 6. 17a

Em I Pe. 1. 15 lemos “sede santos em toda a vossa maneira de viver”. A separação é algo exigido por Deus, pois seu povo deve ser só dEle. Portanto, para que consigamos agradar a Deus e ao Senhor Jesus precisamos:

• Ter ódio do pecado e da conduta deste mundo (Rm. 12. 2; I Jo. 2. 15).
• Oposição à falsa doutrina (Gl. 1. 9).
• Amar aqueles de quem nos separamos (Gl. 6. 1).

Vejamos três argumentos que o apóstolo Paulo se utiliza para convencer os cristãos de Coríntios de que deveriam estar afastados do pecado.

1. A natureza do crente (vv. 14-16)

É a natureza que determina a associação. Porco tem natureza de porco, associa-se, portanto, a porcos e vivem no chiqueiro. O crente tem a natureza de Deus
(2 Pe. 1. 3, 4).
Quando tentamos andar com o Senhor e com o mundo ao mesmo tempo criamos discórdias e confusão, rompemos a comunhão com o Senhor. (Mt. 6. 24; Tg. 4. 4). Paulo vê um contraste entre o crente e não crente (justiça e iniqüidade; luz e trevas; santuário de Deus e ídolos). A recomendação de Paulo é para todos, v. 16 “porque vós sois o templo de Deus”.

2. A ordem das escrituras (v. 17)

Observando a Bíblia vemos que a ordem de Deus é separação com o mundo e separação para Deus, Ele nos quer “não toqueis em coisas imundas”, a idéia continua sendo a mesma, precisamos nos afastar das coisas que desagradam a nosso Pai. Os cativeiros são reflexos da desobediência do povo em não obedecer a Deus. Jesus rejeitou a falsa separação dos fariseus e orou para que o Pai guardasse os seus da contaminação deste mundo (Mt. 16. 6, 11; Jo. 17. 14-17). Uma coisa precisamos aprender com Jesus, Ele foi “Santo, Inculpável, Sem mácula, Separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus” (Hb. 7. 26); no entanto, foi “amigo de publicanos e pecadores!” (Lc. 7. 34). Precisamos comunicar do Evangelho a este mundo, sem, portanto, viver de acordo com ele.

3. A promessa de benção de Deus (17- 7. 1)

Deus abençoa a todos quantos se separam deste mundo e do pecado para o Senhor. Enquanto Israel esteve separado das nações pagãs de Canaã, Deus os abençoou; mas, depois que começou a se misturar com povos pagãos, Deus teve de disciplina-los. Tanto Esdras quanto Neemias precisaram ensinar ao povo novamente o que significava manter-se separado ( Ed. 9. 10; Ne. 9. 2; 13. 25).
Todos temos responsabilidades espirituais decorrentes das promessas que Deus dá em sua graça (II Co. 7. 1), devemos pois nos purificar, de uma vez por todas, de tudo quanto nos contamina. Não basta pedir a Deus que nos purifique. Devemos limpar a vida e nos livrar do eu contribui para o pecado.
Muitas vezes, crentes tratam dos sintomas, não das causas. O fato de pedirmos perdão pelos mesmos pecados nos faz perceber isto. O problema é que não chegamos à raiz do problema para nos purificar, pedir a Deus não é o bastante, e preciso separação das coisas que o desagradam.

Pr. Onézimo Pinto